Aprovado projeto que cria o Museu Municipal Maria Neves de Freitas (Maria Palheira)

por Osméria Carneiro — última modificação 08/08/2023 10h52
Maria Neves de Freitas (Maria Palheira) é uma homenagem à mãe do Poeta Coiteense Carlos Neves
Aprovado projeto que cria o Museu Municipal Maria Neves de Freitas (Maria Palheira)

Na foto o Poeta Carlos Neves com os vereadores e o Diretor de Cultura Artur Áriston

 A Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, na sessão ordinária desta segunda-feira, 10 de julho, o projeto de criação do Museu Municipal Maria Neves de Freitas (Maria Palheira). 

Foi criada uma comissão por meio do Decreto n.º 4.185, de 29 de março de 2023 formada pelo município, em conjunto com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XIV, e outros representantes do setor cultural. A Comissão foi instituída com o objetivo de debater e propor diretrizes para o museu municipal, levando em consideração a importância de adequar a legislação vigente às necessidades e às demandas culturais da comunidade coiteense.

O Museu Municipal Maria Neves de Freitas terá como objetivo principal preservar e divulgar a história de Conceição do Coité, resgatando a memória coletiva e valorizando a cultura local. Será um espaço de aprendizado, reflexão e celebração, proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecerem a vida e o legado de Maria Palheira, bem como de outros personagens e momentos importantes do município.

Estiveram presentes na sessão ordinária, o Diretor da UNEB (Campus XIV), Professor Dr. Adriano Eysen, o Diretor de Cultura do município, Artur Áriston, e o poeta Carlos Neves, que na oportunidade justificou o nome do museu como uma homenagem à sua mãe em forma de poema.

 

UMA JUSTA HOMENAGEM

Deus justo de amor fiel nunca tarda, nunca falha, seu tempo é certo, é preciso. O seu agir não encalha. Quem tem fé vê Deus em tudo vê na voz presa do mudo que nos fala por sinais... Vê nas mãos das rezadeiras, nas sábias velhas parteiras, nas sabenças raizeiras dos griôs, dos ancestrais... Vê nas lutas sociais em prol dos melhores dias, não o vê em fake news das mentes sádicas, vazias... Sem precisar de wi-fi, quem quiser acesso ao pai.

A senha é fé e oração. Jesus Cristo é o provedor seu link se chama amor Transcendentalização. Eis portanto, a explicação dessa justa homenagem a uma mulher tão simples, que já fez sua passagem. Sem cova, sem mausoléu, partiu crendo que no céu ganharia seu galardão. Por tudo que ela viveu, penso que ela mereceu ter na terra o nome seu na imortalização. Num mundo de ostentação, ganância, fama, poder... Nome de pobre é raríssimo em homenagem se ver.

Graças a Deus, ao bom senso, apoio da Câmara, consenso e as coisas serem bem feitas, em prol da vida e da arte na educação baluarte, diferenças ficam à parte, contam as ações perfeitas. Maria Neves de Freitas é dessas mães aguerridas, sobreviventes das surras nos percalços de suas vidas. Que mostram as mãos calejadas de tanto puxar enxada e cortar lenha com machado... Fez chapéu, aió, esteira vendeu licuri na feira Lavou roupa, foi fateira... Pra manter seu nome honrado. Também cuidava de gado lá na Fazenda Galheiro ajudando seu marido Seu Clemente - o vaqueiro.

Seguiam os dois aboiando tangendo bois, pastorando pondo as vacas no curral... Tirar leite, destocar fazer cerca, capinar cavar um tanque ou limpar... Em tudo, a força braçal. A base fundamental para "Maria de Quelé" era criar e educar seus filhos no amor, na fé Na esperança que um dia algum lhe desse a alegria de amenizar sua lida de ir estudar, se formar ter bom emprego, voltar e lhe ajudar a encontrar uma luz, uma saída...

A sua voz foi ouvida pelo Senhor Nosso Deus que no ano 67 ungiu um dos filhos seus: o seu décimo sexto filho que trazia no olhar o brilho por cultura e educação. Mudou-se para cidade superou fome, saudade, preconceito, dor, maldade... Seguiu firme no vagão. E nessa “nova estação”, seu filho pode encontrar passageiros solidários que lhe ajudaram a pensar projetos transformadores de vida, de paz, de valores à luz da dignidade... E em Coité, resolveu pôr em prática um sonho seu: Celebrar com um museu Multiculturalidade (...).

Um presente pra cidade, território e região, um fomento ao estudo à pesquisa, à extensão. Manter viva a nossa história, zelar por nossa memória, ampliar conhecimento. Se o papel da educação é fazer transformação, surge esse gesto, essa ação, esse forte suplemento.

Como se num julgamento e de praxe encaminhar, o projeto para câmara torcer pra ela aprovar. Uma vez ele aprovado, sancionado e publicado, sem quaisquer dúvidas, suspeitas, a Região Sisaleira verá pela vez primeira placa de honra à palheira MARIA NEVES DE FREITAS.

Autor: Poeta Carlos Neves

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